domingo, 9 de outubro de 2016

Furacão Matthew deixou quase 900 mortos no Haiti

O furacão Matthew matou quase 900 pessoas e deslocou dezenas de milhares no Haiti antes de ir para o litoral sudeste dos Estados Unidos, onde provocou grandes enchentes e queda de energia generalizada.

O número de mortes no Haiti, o país mais pobre das Américas, saltou para pelo menos 877 à medida que as informações chegavam aos poucos das áreas remotas que foram isoladas pela tempestade, de acordo com uma contagem da Reuters baseada em cifras das autoridades.
O Matthew fez estragos na península ocidental do Haiti na terça-feira com seus ventos de 233 quilômetros por hora e chuva torrencial. Cerca de 61.500 pessoas estão em abrigos, disseram autoridades, desde que a tempestade lançou o mar contra frágeis vilarejos costeiros, alguns dos quais só estão sendo contatados agora.
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Ao menos três cidades relataram dezenas de baixas, incluindo Chantal, vilarejo de plantio situado em uma colina cujo prefeito disse que 86 pessoas pereceram, a maioria quando árvores esmagaram suas casas. Segundo ele, 20 outras pessoas estão desaparecidas.

Como as redes de celular não estão funcionando e as estradas estão inundadas, o socorro tem demorado para alcançar as áreas mais atingidas do país. O alimento está escasso e no mínimo sete pessoas morreram de cólera, provavelmente por terem bebido água misturada com esgoto.

Ajuda brasileira

As tropas brasileiras no Haiti trabalham no envio de comida e remédios para a população mais atingida pelo furacão. De acordo com o oficial de comunicação da Minustah – a força de paz das Nações Unidas no Haiti -, coronel Alexandre Lima, os militares atuam desde o carregamento de navios que saem da capital Porto Príncipe com donativos em direção à região oeste do país, mais atingida pelo furacão, até a reconstrução de estradas e organização da distribuição dos mantimentos.
“A prioridade maior era abrir estradas. Ontem, a engenharia da ONU, com auxílio das tropas brasileiras, fez o desbloqueio entre as cidades de Les Caye e Jeremie. São duas capitais departamentais e era importante abrir para a passagem dos caminhões. Então, agora a prioridade é levar comida e remédios”, explicou Lima.
Segundo o coronel, caminhões pequenos, que suportam carga de até seis toneladas, estão sendo usados para o transporte, porque carretas grandes não conseguem chegar até as vilas mais isoladas. Os militares se preocupam também com a segurança dos comboios, que costumam sofrer saques em situações de crises agudas como esta, e na organização da distribuição dos donativos.
“Eles procuraram entregar prioritariamente para as mulheres, para garantir que elas levarão para casa. Os homens, às vezes, trocam a comida por álcool. Há também a organização das filas para entrega da comida. Até as igrejas, que costumam ter construções mais fortes, foram destruídas”, conta.
De acordo com o coronel, o olho do furacão tocou o solo na cidade de Les Anglais, ao sul da península oeste da ilha. A destruição maior foi numa região circular entre esta cidade e Les Cayes, onde há muitas vilas com casas frágeis e os habitantes vivem da pesca e de plantações pequenas. Segundo Lima, o furacão provocou a destruição completa de casas e devastação de plantações de banana e de outros alimentos nessa região.
O governo haitiano estima que mais 350 mil pessoas necessitam de ajuda humanitária emergencial no país, segundo a Agência Sputnik. “Provavelmente vamos ter problema de falta de comida”, avalia o oficial de comunicação da Minustah.

(Com agências Brasil  e Reuters)

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