sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Roseana Sarney promete usar tecnologia para formar mão de obra e nega que a pobreza tenha aumentado na sua gestão em entrevista à TV Mirante

Roseana Sarney (MDB) foi a entrevistada desta quinta (13) do JMTV 1ª edição — Foto: Reprodução/TV Mirante

A candidata ao governo do Maranhão, Roseana Sarney (MDB), afirmou em entrevista ao JMTV 1ª edição nesta quinta-feira (13) que, se eleita, pretende usar tecnologia nas escolas para a formação de mão de obra e ajudar na entrada dos jovens no mercado de trabalho.


A ideia é aplicar na grade curricular do ensino médio cursos profissionalizantes na área digital. O programa seria aplicado em todas as escolas estaduais de ensino e os cursos serão voltados para as áreas de web design e criação de jogos e aplicativos.

“Precisamos colocar na nossa grade curricular do ensino médio, o ensino profissionalizante para dar a oportunidade a esses jovens e que eles possam ingressar no mercado de trabalho. Então para isso nós estamos pensando e vamos fazer, colocar na grade do ensino médio cursos da área digital. Como cursos de preparação desses alunos para eles poderem fazer jogos, fazerem web design, fazer aplicativos e esses melhores alunos desses cursos poderão nos ajudar na rede fundamental”, explicou.

Roseana Sarney afirmou também que deve investir na geração de empregos com o retorno de grandes empresas para o estado.

“A Suzano está ai e está avançando. Você sabe que a Suzano já trouxe mais de cinco fábricas internas e criou mais emprego na região? O que não foi adiante foi a refinaria, que aliás vamos voltar a brigar pela refinaria. Eu acredito nesse projeto. Mesmo com as condições da Petrobrás ou algum grupo privado. Quando foi feito o estudo da refinaria o Maranhão era o estado melhor localizado e que tinha melhores condições para ter a refinaria aqui”, afirmou.                                      Questionada sobre o baixo índice do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no estado durante sua gestão como governadora, Roseana falou que não se sente responsável e que os índices cresceram ao longo dos anos.

"Nós, quando assumimos o governo pela primeira em 1995, pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) o nosso estado era considerado de baixo desenvolvimento. Em 2010, quando nós também estávamos no governo, o IDH do Maranhão passou a ser médio desenvolvimento. Então nós sempre melhoramos. Eu não considero que o Maranhão tenha piorado durante as minhas gestões, acho que o Maranhão melhorou", disse.

A candidata também falou que, nos últimos anos, algo em torno de 300 mil maranhenses retornaram para a linha de pobreza.

"O que eu tenho a dizer é que os últimos quatro anos do meu governo, nós conseguimos tirar da pobreza absoluta em torno de 500 mil pessoas. E eu acho que você deve estar muito bem informado que, durante esses últimos três anos, voltaram para a área de pobreza mais de 300 mil pessoas. Então o que está acontecendo: o Maranhão em vez de estar avançando, ele está retrocedendo", declarou.

Violência em Pedrinhas
Durante seu último mandato como governadora, Roseana enfrentou uma onda de violência nos presídios do Maranhão. Sobre essa questão, a candidata afirmou que buscou ajuda de diversas instituições, da sociedade civil e que o problema causava preocupação em todo o país.

"Isso não é só um problema do Maranhão. Antes do Maranhão, não sei se você se recorda, claro que teve o caso famoso do Carandiru antes do Maranhão, em São Paulo. Antes do Maranhão também eclodiram outras revoluções, vamos dizer assim, que foi no caso do Paraná, em Alcaçuz no Rio Grande do Norte. Nós já tínhamos o Sistema Carcerário que não era o melhor do mundo e precisava realmente de auxílio, principalmente do Governo Federal. O que eu acho que nós fizemos, nós enfrentamos esse problema. Nós enfrentamos como, você vai me perguntar. Nós nomeamos defensores públicos, nomeamos mais agentes penitenciários, nós chamamos o Ministério da Justiça, chamamos a Polícia Rodoviária Federal, chamamos a Polícia Federal, chamamos também o judiciário. Fizemos um ‘conselhão’ para nos ajudar a sair desses problemas todos. Porque eu não acredito que só o estado tem condições de sair de enfrentar uma situação dessas. E eu digo aqui, eu faço um chamamento para que o Governo Federal ajude os estados. O que nós temos? Temos facções dentro dessas penitenciárias e que, inclusive, algumas delas comandam até as cidades, como o caso da queima dos ônibus. Em todas elas é um comando vindo das penitenciárias"
Roseana disse ainda que tirou lições do problema no sistema prisional no Maranhão após os incidentes no seu último governo.

"Daquele evento eu tirei o seguinte: sozinhos nós não vamos a lugar nenhum. Nós temos que compartilhar as dificuldades com o Ministério Público, com a Polícia Federal, com a Polícia Rodoviária, com a sociedade civil como um todo. Eu acho que nós temos que ter um conjunto de ações e por todos nós para que possamos avançar e solucionar. Eu não digo nem que a gente vai solucionar da noite para o dia, porque realmente é muito complicado, é um problema difícil de se resolver, mas a gente pode amenizar o problema. Que foi o nosso caso, começamos a construir mais penitenciárias, temos aqui em São Luís uma penitenciária de alta segurança e construímos outras penitenciárias, deixamos recursos para sete penitenciárias serem espalhadas no Maranhão e eu não sei como estão agora. E criamos dessa maneira mais de 2 mil novas vagas para as penitenciárias"

Roseana Sarney participou da quarta entrevista feita pela TV Mirante, afiliada da Rede Globo, com os candidatos ao governo estadual. Assista no vídeo acima. As entrevistas seguem até sexta-feira (14) e, abaixo, há o cronograma.

Outros temas tratados na entrevista

Escolas de taipa
"Pessoalmente eu não conheço da rede estadual nenhuma escola de taipa. Na rede municipal acredito que ainda exista. Veja bem o estado já ajuda a rede municipal. Quando nós fizemos e o Governo Federal criou o FUNDEF e depois o FUNDEB, o estado entra com uma participação muito grande para que os prefeitos e os municípios possam reformar escolas, possam ajudar no pagamento dos professores, possam qualificar professores. Então o estado de qualquer maneira ajuda os municípios a tirarem essas escolas e a fazerem escolas melhores. Eu vejo que tem uma propaganda muito forte de escolas dignas, é louvável que o governador esteja fazendo essas escolas, mas nós também construímos também em torno 440 escolas com apenas duas salas de aula, nós construímos escolas de duas, de dez salas de aula, nós construímos, reformamos e equipamos escolas em todos esses níveis. E também levamos a banda larga para essas escolas. Então nós fizemos muito pela educação, mas é evidente que ainda falta muito. E é triste, mas se você ver um dado, nenhum estado brasileiro alcançou a meta que era para ter sido alcançada esse ano"

Centros de hemodiálise
"É claro que as vezes a gente faz alguns equívocos. Eu sou humana, sou igual a qualquer um, mas eu tenho certeza que meus acertos foram maiores. E tenho uma coisa a dizer, nos primeiros mandatos nós tivemos muitas dificuldades em termos de recursos para o estado, que eram muito poucos. Nós tingamos recursos para pagar os funcionários, para pagar as dívidas e para alguns serviços essenciais. Em 89 nós tivemos uma crise muito na economia brasileira, depois nós voltamos a ter essa crise em 2011, 2012, 2013. Então o que possibilitou a gente a pensar maior para o nosso estado, a fazer um planejamento mais completo foi justamente o estado estar ajustado, o estado estar dentro da lei de responsabilidade fiscal, para podermos pleitar o financiamento do BNDES. Então nós conseguimos um financiamento, que foi um bom financiamento, em torno de R$ 4 bilhões de reais e isso nós já conseguimos, infelizmente, no penúltimo ano do meu governo. Mais deu para que a gente fizesse uma programação para que abrangesse todas essas áreas, como é o caso do término dos hospitais de média e grande complexidade, o caso dos hospitais de 20 leitos e como foi o caso dos centros de hemodiálise. Nós deixamos os centros de hemodiálise, cerca de sete centros distribuídos estrategicamente no nosso estado, para atender a nossa população. Deixamos com o terreno comprado, deixamos já com o projeto feito, deixamos iniciado e deixamos mais do que isso, deixamos com dinheiro em caixa para concluir esses projetos. E até hoje eu não sei porque não foram concluídos"

IDEB
"Nós temos sempre melhorado no nosso IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Desde que eu assumi, em 95, estou falando em 95 pois são anos e anos de trabalho. E aí eu agradeço a cooperação dos professores, agradeço a cooperação de todas aquelas pessoas que lidam com educação que é muito difícil. Em 1995 quando eu assumi o governo, nós tínhamos mais de 50% da nossa população vivendo em área rural. Você já imaginou um povoado de 10 casas, um povoado de 15 casas com 50 meninos, como é que a gente ia deslocar para essa área professores qualificados? Ou então até na saúde mesmo na área de saúde com médicos qualificados para estarem estabelecidos nessas áreas. E evidentemente nós tivemos dificuldades, como ainda temos"                                                                                                                        
Não ser mais candidata

"Eu passei os últimos três anos na minha casa, pensando, observando o que estava acontecendo no Maranhão e, evidentemente, com a experiência que eu tenho como ex-deputada federal, ex-senadora que fui líder do presidente Lula no Senado Federal e como ex-governadora, eu não poderia fugir das minhas responsabilidades. Então, comecei a olhar o estado de outra maneira e vi que o estado tinha parado. O estado parou de crescer, o estado parou de ter o desenvolvimento que estava tendo durante o período que eu governei, o estado aumentou o desemprego, o estado parou com os programas sociais, enfim, aquilo que o governador atual tinha prometido, ele não cumpriu. Então eu observei uma tristeza absoluta nas pessoas. Comecei então este ano a percorrer o estado do Maranhão e as pessoas me perguntavam muito: você não vai ser candidata novamente a governadora? Você que tem experiência, você que precisa do estado e faça com que ele novamente volte a se desenvolver, volte a gerar empregos. Então eu pensei e veio uma pergunta na minha cabeça: será que as pessoas estão vivendo melhor agora ou antes?"

Programação de entrevistas

Sexta-feira (14) – Ramon Zapata (PSTU)

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