segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Manchas de óleo chegam em praia de Tutóia e sobe para sete as áreas afetadas no Delta



Moradores das proximidades da praia do Arpoador, em Tutóia-MA, encontraram neste domingo (17/11/19) manchas de óleo e uma tartaruga morta. As manchas de óleo chegaram a praia local e preocupam os moradores que vivem da pesca e turismo. 



A Capitania dos Portos do Maranhão confirmou na noite deste domingo (17) que as manchas de óleo chegaram ao município de Tutóia, cidade que é rota do Delta do Parnaíba e dos Lençóis Maranhenses. 

Agora são sete áreas do Delta afetadas pelo petróleo cru. 
Das 70 ilhas e praias do Delta, a Marinha localizou vestígios de óleos nas localidades das Ilhas das Canárias, Poldros, do Caju, nas praias do Pontal, de Caiçaras e Barra das Melancieiras.
O comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, capitão Márcio Dutra, confirmou ao Cidadeverde.com após a equipe fazer sobrevoo de  helicóptero na tarde deste domingo. 
"Agora é planejar a limpeza. Já Iniciamos em Araioses e amanhã (segunda) também começa em Tutóia. Trabalho árduo. As manchas foram localizadas na porção mais a oeste de Tutóia.  Na Ilha dos Poldros a extensão é grande. O trabalho de limpeza vai ser intenso, mas vamos conseguir", disse o comandante. 
O Delta do Parnaíba, localizado entre os estados do Piauí e Maranhão, é o mais recente santuário ecológico ameaçado pelas manchas de óleo.
A Marinha confirmou no sábado (16) o aparecimento de petróleo cru no Delta do Parnaíba. O local integra um emaranhado de dunas, ilhas, mangues e igarapés.
Militares da Marinha, Exército e servidores do ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) iniciam neste domingo (17) a retirada do material. A preocupação é barrar a chegada das manchas no rio Parnaíba, que abastece parte dos moradores da região.
Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o vazamento já afetou dez estados, 116 municípios e 643 localidades. 
O comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, Márcio Dutra, disse que as primeiras denúncias de manchas de óleo no Delta ocorreram em 18 de setembro na Ilha dos Poldros, no Maranhão. Segundo ele, são manchas pequenas, mas que reapareceram em grande extensão nas areias das praias.
"Os acessos ao Delta são difíceis, não há possibilidade por via terrestre, somente por barco e devido a grande extensão da presença do óleo estamos usando um helicóptero para ajudar no deslocamento da equipe e remoção do material", disse o comandante.
A Marinha do Brasil divulgou nota informando que neste domingo chegará a região do Piauí e Maranhão o navio patrulha para reforçar as buscas e recolhimento dos resíduos oleosos no mar. A pesca marinha e visitação do público nas ilhas e praias do Delta não foram proibidas.
A bióloga e auditora fiscal da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Piauí, Waneska Vasconcelos, informou que o órgão monitora as áreas afetadas para declarar se as praias estão impróprias para o banho e avaliar os danos causados ao meio ambiente. 
Foto: Chico Rasta
Até agora, três praias no Piauí —Atalaia e Peito de Moça, no município de Luis Correia, e Pedra do Sal, na cidade de Parnaíba— foram declaradas imprópria para o banho. As três praias não fazem parte do Delta do Parnaíba. Desde o aparecimento das manchas foram retirados 3,4 toneladas de material nas sete praias do litoral piauiense, o menor do Nordeste com 66 km de extensão.
O secretário Municipal de Turismo de Ilha Grande, no Piauí, Adilson Castro, informou que a região do Delta tem um fluxo de 100 mil turistas por ano. Ele disse ainda que as manchas de óleo encontradas na Praia do Pontal, a primeira de acesso ao Delta, estão em parte ressecadas, indicando que provavelmente chegaram em setembro, mas foi escondida pela maré. 
"Estamos treinando o pessoal para a retirada das manchas, tendo o cuidado para evitar ação voluntária desordenada para não ter registro de intoxicação", diz Castro.
O comandante da Capitania dos Portos do Piauí, capitão Benjamin Dante Lima informou que o estado recebeu reforço de fuzileiros de Belém, do Pará, além de militares do Exército e Bombeiros de Teresina (PI) para ajudar na força-tarefa de remoção do material.

Yala Sena
yalasena@cidadeverde.com

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