Dr. Carlos Antônio Muniz, cirurgião cardiologista, nasceu na cidade de Colinas, Maranhão, no dia 07 de janeiro de 1939. É filho de Antônio Scoto Muniz e de Alice Rocha da Silva, e tem quatro irmãos: Laís, José, Ceny e Manoel.
Ficou órfão de mãe aos sete anos de idade. E sua carreira estudantil foi toda realizada em escolas públicas. Fez o curso primário em sua terra natal e o ginasial e científico em São Luís. Ingressou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no curso de medicina e começou a trabalhar no Hospital Carlos Chagas quando ainda cursava o quarto ano. E trabalhou também em outros hospitais na capital carioca.
Veio ao Maranhão visitar os parentes e amigos, com a intenção de logo retornar ao seu trabalho, mas o destino lhe pregou uma surpresa. Aldofo Moraes (brejense, advogado rábula, que administrou o Brejo entre 1973/1977) conhecia o seu irmão Zé Muniz. E estava na Secretaria de Estado da Saúde, na capital maranhense, quando tomou conhecimento de que Carlos Muniz era médico e apelou ao seu irmão para que ele viesse trabalhar no Brejo. Naquela época não havia médicos na região.
E ele veio sem nenhuma pretensão de ficar. Chegou aqui no dia 15 de abril de 1964, no auge de seus 25 anos de idade. Foi convidado para uma reunião na casa do Prefeito Armando Bacelar (mandato 1961/1966) para tratar de uma possível contratação. Ele sempre dizendo não aos apelos para ficar, até que apareceu uma pessoa pedindo socorro para sua mãe que estava muito doente. E prontamente ele foi visitar a moribunda. O caso era realmente de urgência. A estrada para São Luís era muito precária. Não tinha condições de a paciente sobreviver ao deslocamento. O jeito foi enfrentar a situação. Ele fez a cirurgia no hospital municipal, desprovido de quase tudo, e salvou a vida daquela senhora.
Dr. Carlos Muniz ficou famoso logo pelo primeiro atendimento que fez na terra dos muypurás. Depois do procedimento cirúrgico exitoso não teve mais como dizer não ao prefeito. E ficou muito sensibilizado com o sofrimento do povo por falta de assistência médica e assinou um contrato por apenas três meses, enquanto conseguiriam outro médico.
E cumpriu o prometido. Encerrado o prazo, foi a Colinas para rever amigos e parentes e retornar ao Rio de Janeiro. Mas por insistência do Aldofo Moraes ele retornou ao Brejo.
Montou seu consultório na Rua Duque de Caxias (Rua do Porto) num imóvel de propriedade do prefeito da época, onde atualmente funciona uma academia de ginástica.
Conheceu a encantadora jovem Alba Maria Furtado por quem se apaixonou à primeira vista. Casaram-se em 1974 e tiveram dois filhos: Carlos Filho e Alice Maria.
Comprou uma casa na Rua Gonçalves Dias, defronte a Caema , que era de propriedade do Tabelião Zeca Vieira.
Trabalhou no hospital Municipal que ficava no prédio onde atualmente funciona a Secretaria Municipal de Saúde, no início da Rua das Areias. Atendia os pacientes do município e também prestava serviço ao Estado através do IPEM (Instituto de Previdência do Estado do Maranhão) que funcionava no mesmo local.
Por insistência do grande amigo Leônidas Costa abraçou a candidatura do Elias Pessoas de Brito a prefeito, que foi eleito para o mandato (1977/1982), mas faleceu ainda no início da gestão.
Dr. Carlos Muniz entrou para uma família de políticos brejenses. Seu sogro, Omar de Caldas Furtado, fora prefeito do Brejo (1956/1961). E acabou também entrando na disputa pelo poder Executivo local. Foi eleito Prefeito para o mandato (1993/1996). E contou com a colaboração do genro Manim (Irlan Borges), competente engenheiro, na administração municipal.
E seu filho, Carlos Filho, ex-genro de Roseana Sarney, exerceu três mandatos de Deputado Estadual.
Atualmente, aos 80 anos de vida, numa lucidez fora do comum, e ainda realizando cirurgias, presta serviços aos municípios de Brejo e Milagres do Maranhão. Realiza consultas e exames no seu consultório particular na Avenida Raul de Freitas. E atende, filantropicamente, a todos que lhe procuram onde quer que esteja, inclusive na residência na Rua Gonçalves Dias.
A generosidade é a sua maior virtude. E nunca demonstrou apego aos bens materiais.
A sua fazenda no Povoado Santa Alice, de 2000 hectares, foi desapropriada amigavelmente pelo INCRA para assentamento dos moradores da comunidade. Ficou apenas com uma reserva de calcário de 30 hectares; possui uma chácara de 60 hectares no Bairro Guanabara; um banho numa propriedade de 2 hectares no Povoado Carrapato; um consultório modesto na Avenida Raul de Freitas; a Clínica Santa Alice, desativada, na Av. Sabino Câmara; e a residência na Rua Gonçalves Dias. Esse patrimônio é o resultado de cinquenta e cinco anos de trabalho.
Seu maior patrimônio são os filhos e netos, os milhares de amigos que conquistou através da medicina, e a gratidão de todos aqueles que livrou da morte precoce e dos males do corpo.
Por: Pedro Portela