O sargento da Polícia Militar que reagiu ao assalto a uma
farmácia em Campo Limpo Paulista (SP) e matou os dois criminosos falou
sobre os momentos de tensão que viveu. O PM estava com a mulher e o filho de
colo na farmácia quando quando a dupla entrou e anunciou o roubo, na noite do
último dia 18.
Em entrevista ao Fantástico exibida neste domingo (26), o policial, que
mora em Várzea Paulista (SP) e não quer ser identificado, afirma que agiu por
instinto.
"Quando eles anunciaram o assalto eu
tinha milésimos de segundo pra tomar uma atitude. Então, o instinto de
sobrevivência, o instinto paterno falaram mais alto."
Toda a ação foi registrada pelo circuito de monitoramento do comércio.
As imagens mostram quando um dos ladrões rouba a mochila de um cliente e entra
atrás do balcão. Em seguida, ele corre mancando, após ser baleado.
"Eu saquei a minha arma, apontei na direção dele, me identifiquei
como policial, ordenando que ele cessasse aquela ação. No momento em que eu me
identifiquei ele efetuou os disparos, que não funcionaram. Somente após isso eu
efetuei os disparos contra ele", lembra o PM.
Em outra câmera do circuito de segurança é possível ver o ladrão de preto com um revólver na mão. Ele
passa por uma mulher e mira o policial. O PM disparou quatro vezes. Na
sequência, o sargento corre porque, segundo a polícia, estava preocupado na
possibilidade de um terceiro assaltante estar no local.
Uma ambulância chegou a socorrer os criminosos, mas eles não resistiram
aos ferimentos e morreram no local. Cada um foi baleado duas vezes. Morreram os
assaltantes Jefferson Alves, de 24 anos, e Italo Henrique Treato, de 22 anos. O
sargento e a criança não ficaram feridos.
Segundo funcionários da farmácia, a dupla já havia assaltado o comércio outra vez neste ano.
O PM conta que a mulher ainda está assustada. "Até hoje ela não
gosta de tocar no assunto, ainda está muito abalada."
"Ação legítima"
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Um especialista em segurança pública defende a atitude dele. "Ele
agiu no estrito cumprimento do dever legal pq ele é um policial 24 horas. O PM
usou o método de proteção da sua própria vida e de terceiros, no caso o próprio
filho e outras pessoas na farmácia, uma ação perfeitamente legítima",
afirma Diógenes Lucca.
A Corregedoria da Polícia Militar investiga a conduta do oficial.
Segundo a PM, o sargento atua no 49º Batalhão da corporação, na Zona Leste da
capital.
Quando perguntado se agiria da mesma maneira de novo, o PM é enfático:
"Sim, naquela mesma situação tomaria
aquela mesma atitude novamente."