terça-feira, 30 de outubro de 2018

Advogados entram com representação criminal contra estudante de São Luís que falou em 'caça aos viadinhos'

Nas redes sociais, Marcos Silveira fez postagens em que chama mulheres de 'fraquejadas' e 'vagabundas' — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nesta terça-feira (30), advogados militantes das causas feminista e combate a homofobia protocolaram no Ministério Público Estadual, em São Luís, uma representação criminal contra o estudante Marcos Silveira, que fez postagens nas redes sociais citando 'caça aos viadinhos', 'atirar na cabeça', ‘vagabundas’, além de exaltar Carlos Brilhante Ustra, declarado pela Justiça torturador durante o período da ditadura militar.
“É isso que a gente está aqui, tentando resguardar as liberdades individuais, os direitos de terem entendimentos políticos diferentes sem que as pessoas sejam agredidas por isso. A nossa constituição garante igualdade independente de raça, credo, religião, orientação sexual e é isso que nós buscamos preservar neste momento”, afirmou a advogada Kátia ribeiro.



                                  Em postagem em uma rede social, Marcos diz que está valendo a 'caça legal aos viadinhos' — Foto: Reprodução/Facebook

Os advogados deram entrada com uma representação criminal de dez páginas na Procuradoria Geral de Justiça. O grupo pede apuração pelo Ministério Público e Polícia Federal contra Marcos por injúria e incitação ao crime.
“A gente está entrando com uma representação na ouvidoria do Ministério Público Estadual solicitando a investigação em relação a incitação ao crime, delito de apologia à tortura e também o de injúria coletiva”, declarou o advogado Thiago Viana.
Marcos é de São Luís e aluno do curso de Química Industrial da UFMA. Em outras postagens, ele chama mulheres de 'fraquejadas/vagabundas' e diz que 'é hora de entregar os esquerdistas ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e cita o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Em postagem, Marcos cita o coronel Ustra e também fala um palavrão — Foto: Divulgação

O coordenador do curso de Química Industrial, professor Arão Pereira da Costa Filho, emitiu uma nota de repúdio em nome de alunos do curso e também pede ações contra Marcos por parte da UFMA. A nota diz ainda que declarações de cunho racista, homofóbico e machista têm sido presenciado por alunos da UFMA e causando constrangimento, repulsa e medo.

                                       


Nota dos alunos do curso de Química Industrial da UFMA contra as declarações do aluno Marcos Silveira — Foto: Divulgação

Já o diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnologias da UFMA, Ridvan Fenandes, prometeu entrar com um processo para a punição do estudante.
“Existe uma resolução aprovada em 2015 que estabelece o comportamento do estudante na universidade, e isso inicia pela coordenação do curso, que vai abrir um processo nesse sentido. A punição com certeza virá”, afirmou o Ridvan Fenandes.
Em nota, a Universidade Federal do Maranhão afirmou que tomou conhecimento do fato e que vai apurar com rigor o caso, considerando a gravidade do que foi dito.
"Na manhã do dia 29 de outubro de 2018, a Universidade Federal do Maranhão tomou conhecimento de manifestações preconceituosas, investidas de intimidação, ódio e defesa de eliminação de minorias por parte de um estudante da Instituição em sua rede social. A UFMA, alicerçada na Resolução Normativa nº 238-CONSUN, de 1º de julho de 2015, promoverá a apuração rigorosa dos fatos, considerando a gravidade das declarações. A UFMA reforça, fiel à sua história de 52 anos, sua incondicional defesa da democracia, acolhendo e respeitando os diferentes pontos de vista, mas se posicionando em colisão frontal com a agressão, seja ela física, simbólica ― verbal ou não verbal.Na democracia, todo cidadão tem o direito à liberdade de expressão, manifestação e opinião, sem perder de vista que a publicização de certas opiniões que ferem a dignidade humana é incompatível com o Estado Democrático de Direito. Pela premente necessidade de um país melhor e mais habitável, a UFMA reitera seu repúdio, contundentemente, às postagens que fomentem o ódio, o solapamento do outro e o desrespeito aos diferentes segmentos sociais"


Advogados entram com representação criminal contra Marcos Silveira, que falou em 'caça aos viadinhos' nas redes sociais — Foto: Reprodução/TV Mirante


Após a repercussão das declarações nas redes sociais, Marcos Silveira pediu desculpas pelas postagens. O G1 entrou em contato com o estudante, que disse estar profundamente arrependido e explicou que tudo havia começado com uma brincadeira entre amigos.
"Primeiramente, meus mais sinceros pedidos de desculpas com toda a comunidade LGBTq da UFMA, amigos e professores. Dizer também, que não passou de um giga postagem de mal gosto, fora de hora e sem nexo, pois tudo havia começado com uma brincadeira entre amigos de ruas, mas tomou proporções inimagináveis. Sobre as declarações dos alunos, muito me espanta pois não tenho contato com quase nenhum deles (até porque estou no fim da segunda graduação) e os poucos que mantenho contato, sou bastante cordial e respeitoso. Já emiti duas notas na minha rede social onde exponho meu total repúdio as coisas que disse. Tal comportamento jamais se repetirá até porque sou professor no interior e tenho uma carreira a zelar. No mais, o meus mais sinceros pedidos de desculpas com a comunidade acadêmica", contou o estudante.
Já pelas redes sociais, Marcos Silveira disse ainda que as declarações foram infelizes e impensadas.

Marcos Silveira pediu desculpas pelas declarações após a repercussão nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes Sociais 


Fonte:G1MA 




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