A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU), realizou uma operação na manhã desta quarta-feira (5) que busca desarticular uma suposta associação criminosa que teria fraudado licitações e desviado de recursos públicos federais no enfrentamento da Covid-19 em Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte.
Denominada "Falsa Esperança", a operação investiga
indícios de superfaturamento de equipamentos de proteção individuais (EPI’s),
além de simulação na compra de respiradores pulmonares. Segundo a Polícia
Federal, os aparelhos nunca foram entregues, apesar do pagamento antecipado
pelas prefeituras de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte.
Todas as aquisições foram realizadas com uma única empresa, a
Ecosolar, sediada em Paço do Lumiar e que nunca havia atuado no ramo médico
hospitalar. A investigação aponta ainda que a empresa não tinha nenhum
empregado e atuava com a comercialização de acessórios para instalação de
aparelhos de ar-condicionado e de energia solar.
Ainda segundo a Polícia Federal, a empresa paga pelas
prefeituras tinha 69 atividades secundárias, que variavam desde a confecção de
vestuário, segurança privada e até produção musical.
Seguindo determinação da 1ª Vara Federal de São Luís, cerca de
50 policiais federais cumprem quatro mandados de prisão temporária e 13
mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens e bloqueio de contas
dos investigados. As ordens foram cumpridas em São Luís, São José do Ribamar,
Paço do Lumiar, Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte.
De acordo com a PF, se confirmadas as suspeitas, os investigados
responderão pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude em processo
licitatório, superfaturamento na venda de bens e associação criminosa.
O G1 tenta contato com as
prefeituras investigadas e a empresa Ecosolar para pedir um posicionamento
sobre as acusações da Polícia Federal.
G1MA