Moradores da Vila Joana D’Arc, na Zona Leste de Teresina, contaram ao g1 que impediram que a casa onde morava a família que foi presa suspeita de matar o bebê Weslley Carvalho Ferreira, de 1 ano e dez meses, fosse invadida e depredada na noite de terça-feira (22). Os pais e os avós paternos foram presos na segunda (21), suspeitos de matar e queimar a criança durante um ritual.
Segundo os moradores, na noite de terça um grupo de três pessoas, também moradores da vila, decidiram invadir a casa. Dentro da residência estavam pelo menos nove pessoas, a maioria delas crianças, todos filhos do avô e avó do menino Weslley.Weslley.
"Foram uns dois ou três marginais que moram aqui perto, disseram que iam entrar na casa e quebrar tudo, botar fogo", disse uma moradora que não quis se identificar.
Diante da ameaça, os vizinhos se juntaram para impedir a invasão do imóvel e os outros desistiram. "Eles não chegaram a tentar, só ameaçaram. O que aconteceu foi um bate-boca. Quem sofre com isso são as crianças, que são todas inocentes", disse a moradora.
Crianças resgatadas
Pais do bebê são conduzidos à DPCA que teriam matado o filho queimado em um ritual em Teresina — Foto: Polícia Civil Piauí
Os dois idosos, avós do bebê Weslley, têm dez filhos, com idades entre 10 e 20 anos. Desde que o desaparecimento do bebê começou a ser investigado, eles deixaram o sítio onde moravam no povoado São Bento, na Zona Rural de Altos, e voltaram à antiga casa, na Vila Joana D’arc.
Diferente do que foi relatado pelos moradores do povoado, a família é querida pela vizinhança da vila onde moravam por 15 anos. Os moradores relataram que estão “estarrecidos” com as investigações.
Após a prisão dos quatro suspeitos de matar o Weslley, o restante da família ficou sozinha na casa e, depois da ameaça dos bandidos, todos foram retirados do imóvel e resgatados por um dos vizinhos.
Segundo eles, os filhos relatam não saber nada sobre o que aconteceu ao menino. "Eles estão todos assombrados com essa história. Estão sem ver televisão, jornais, para não sofrerem ainda mais. São crianças inocentes", comentou a moradora.
Segundo ela, a família morou por cerca de 15 anos na vila, até se mudarem, por volta de 2018, para a Zona Rural de Altos e mesmo assim continuaram donos da casa na vila, que usavam quando precisavam vir a Teresina.
Os vizinhos relembram que eram uma família "comum", apesar de numerosa, e que ajudaram outros moradores em tempos difíceis